segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ser-ve-jão

Smartphones são uma merda. A bateria acaba mais rápido que o fôlego de um velho de 70 anos tentando se masturbar em pé. Porém, se fossem bons aparelhos, esse texto teria imagens fantásticas do Servelicious totalmente bebaço.
Conheço ele há 6 ou 7 anos, e, com exceção de uma vez, sempre o vi em bar. Nunca nos encontramos para ver um filme no cinema ou qualquer outra coisa. Sempre fomos beber. E, durante esses anos, poucas vezes eu o vi bêbado de parecer que vai cair em todas as esquinas. Hoje foi uma dessas oportunidades.
Hoje, domingão de sol, saímos tomar umas cervejas, como sempre.  A tarde foi tranquila e nada de extraordinário aconteceu. Ficamos lá apodrecendo no sol, tomando cerveja, e depois fomos para outro bar.
Sentados no canteiro, tomando cerveja direto do gargalo como bons homens das cavernas modernos, conversando sobre a vida e seus desdobramentos, uma garrafa após a outra, eu fico alegre (é o que eu acho. E o texto é meu), e o Sergio fica cada vez mais bêbado. E se você já o viu bêbado, você entende o porre que é. Ele fica teimoso, ainda mais repetitivo e ainda mais risonho. Fica olhando pro celular, checando as horas, com medo de perder o ônibus que só vai passar dali a duas horas. Fica contrariando minhas afirmações comprovadas pela internet 3G de que a merda do ônibus para São José dos Pinhais vai passar meia-noite e dez e falando que tá fodido se perder esse ônibus, porque precisa trabalhar amanhã. Tudo isso de 5 em 5 minutos.
Resolvemos, então, ir embora. Eu o acompanho até o terminal de ônibus, porque suas pernas estão moles e ele realmente está bebaço. No caminho, com o horário detalhadamente planejado, ele para e decide comer cachorro-quente, como se desafiasse os ponteiros. Eis que, descendo o Largo da Ordem, eu paro para mijar num banheiro químico e ele se encosta sobre uma cerca de metal, derrubando uma dessas cercas e rindo. Eu ri também, porque foi engraçado pra caralho ver o Sergio de bermudas, bêbado, com a cara suja de maionese, derrubando cerca de metal. Após me recompor eu o chamo e continuamos a jornada. Até ele parar para mijar na rua.
No caminho, ele verifica o relógio mais umas 4 vezes e pergunta se eu tenho certeza do horário do ônibus dele, fala que tá cozido mais umas 7 vezes, ri mais umas 10, andando todo torto e batendo na parede como se estivesse jogando ping-pong humano.
Ao chegar no terminal, ele vai olhar a tabela de horários, porque é um bêbado teimoso. Vejo, então, o ônibus que ele precisa pegar. Se eu não pedisse para o motorista parar, Servejão estaria agora dormindo na rua porque é um pinguço lerdo. Ele me dá um abraço caloroso e o motorista fecha a porta. Eu, puto, faço sinal de ''espera, porra'', e ele abre a porta novamente. Servejão entra e faz chifrinhos com os dedos pra mim.
5 minutos depois recebo no celular: ''ahahahaahah brigado, viio. Pegtte o busani''.

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